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sexta-feira, 28 de junho de 2013

Rita Cadillac: “Tenho que me defender das cobras”

A dançarina, que fez participação em “Amor à Vida” da TV Globo, é uma das participantes de “A Fazenda 6”, da Rede Record. Três dias antes da estreia do programa ela concede entrevista para falar de sua vida, da dificuldade de interpretar, da polêmica dos filmes pornôs que fez e das estratégias que pretende usar durante o reality show .

Por Marcos Bulques

São Paulo, bairro de Santa Cecília. Numa rua boêmia, com diversos bares, aperto a campainha do apartamento onde a personagem principal desta entrevista atende o interfone. Na cozinha de seu apartamento, preparando um prato especial para um jantar onde receberia amigos naquela noite, Rita Cadillac para o que está fazendo para me atender. Era a comemoração de seu aniversário, festejado alguns dias depois por conta da gravação de uma participação especial que ela fez na novela “Amor à vida”, onde contracenou com Elizabeth Savalla.
Rita só concordou conceder a entrevista se a mesma fosse publicada após a estreia do reality show. “Só publique depois do início do programa. Do contrário, posso pagar até multa”, dispara.
Como você encarou sua participação na novela “Amor à vida”? Foi difícil interpretar?
Rita Cadillac: Difícil é, porque não sou uma atriz. Eu sou uma bailarina. Se você me mandar dançar, é uma coisa, interpretar é outra. Eu até brinco que sou a maior canastrona. Mas vou fazer um curso (de teatro) em breve. Quando tenho a oportunidade de fazer alguma coisa, eu gosto muito.
Como foi contracenar com Elizabeth Savalla?
RC: Savalla é o maior encanto de pessoa. Uma menina que me ajudou muito ali, muito mesmo. Tive apoio da direção, para como saber falar, além de deixar eu ser eu mesma para poder ficar mais real (Rita representou ela mesma).
Como está sua vida hoje? Tem feito muito trabalho?
RC: Minha rotina é muito fácil. Trabalho igual uma louca, viajo muito, mas quando dá eu fico em casa.
Você trabalha muito com a sensualidade. Você se acha sensual?
RC: Não. As pessoas que dizem. Eu não me acho nem um pouco (risos).
Tem muitas pessoas que encaram como um problema fazer 40 ou 50 anos. A idade pesa de uma certa forma para você?
RC: Eu não tive crise dos 40, eu não tive crise de 50 e nem vou ter crise de 60.
Você é a favor ou contra procedimentos estéticos?
RC: Eu acho que cada um tem que fazer o que quer. Eu ainda não fiz. Pode ser que amanhã eu queria fazer.
Você gosta de desafios?
RC: Adoro. Acho que tudo na vida é válido se você desafiar.
Você acha que participal do programa “A fazenda 6” vai ser um desafio?
RC: Vai. O maior desafio de todos, porque terei que ser eu mesma, porém saber conviver com gente totalmente diferente de você, porque quando você convive com pessoas dentro da sua casa, seus amigos, é uma coisa. Todo mundo já te conhece, sabem seus hábitos, como você é e como deixa de ser. No programa vai ser uma coisa totalmente diferente. Eu vou ter que ser eu mesma mas saber conviver com pessoas que não são do meu dia a dia, então vai ser difícil.
Você não acha que pode haver uma confusão entre a Rede Globo e a Rede Record por conta das gravações que você fez para a novela “Amor à vida”? Praticamente você estará no ar em duas emissoras ao mesmo tempo.
RC: Não, pelo seguinte, eu disse para a produtora de elenco da novela que eu precisava gravar logo, porque iria viajar. Eu não menti. A Rede Record me liberou para fazer a participação na novela. Eu serei a surpresa desse reality show. Ninguém espera ver a Rita Cadillac, sabendo que estarei na novela. Mas com a Globo não tenho contrato. Não enganei ninguém.
Rita Cadillac com sua cachorrinha Angel 

Você está pronta para o que der e vier?
RC: Só não estou pronta para levar porrada (risos).
Acha que pode criar alguma polêmica no programa?
RC: Eu não. Vou ser eu mesma. Vou tentar fazer da forma que eu sempre faço, numa boa, sem problema.
Você tem alguma estratégia para jogar?
RC: Tem que ter. Minha estratégia é eu ser eu mesma, tentar ser fiel com as minhas convicções e meus ideais, mas vou saber qual o caminho que terei que tomar.
Você acompanhou as outras edições da fazenda?
RC: Sempre acompanhei, mas quando você está lá, é uma outra visão. Você não vai saber o que um falou de você, o que o outro falou. Você está em um ninho de cobras. Vou ter que me defender das cobras.
Você acha que dá para se basear em experiência de participantes das outras edições para se posicionar nessa disputa?
RC: Não tem como, eu acho. Aqui fora é uma coisa, lá dentro é outra. Vou ter que confiar, desconfiando.
Você tem uma trajetória profissional onde você trabalhou ao lado do Chacrinha, um ícone da televisão brasileira. O que mais valeu a pena e o que não valeu?
RC: Na minha vida, tudo valeu a pena. Eu sou o tipo da pessoa que vale a pena tudo.
Já se arrependeu de alguma coisa na vida?
RC: Nunca. Eu me arrependo das coisas que não fiz.

Rita e sua paixão, a cachorrinha Angel

Você sofreu algum tipo de preconceito em relação a sua atuação nos filmes pornôs?
RC: Não sofri. Eu imaginei que fosse sofrer, mas não sofri não, juro! Achei inclusive que eu trabalhei mais. As pessoas souberam respeitar o porquê que eu fiz, souberam respeitar a minha verdade.
Você tem sonhos?
RC: Tenho o grande sonho de ser a vencedora desse programa para montar um Petshop, poder dar um apartamento para minha neta Bianca e a faculdade dela, pois sei que um dia não vou estar mais aqui e ela vai precisar. O que sobrar da grana que se Deus quiser eu vou ganhar, quero ajudar alguns amigos.
Você é uma pessoa realizada?
RC: Graças a Deus sou totalmente realizada.



 Rita Cadillac durante entrevista em seu apartamento em SP.




terça-feira, 25 de junho de 2013

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Aparecida Petrowky: “É possível identificar um
 psicopata”

Atriz escreve o livro “O Truque” e conta como se inspirou para escrever sobre um tema tão amplo como a psicopatia



Por Marcos Bulques
Rio de Janeiro 


Rio de Janeiro, bairro de Ipanema. O tempo estava lindo na cidade maravilhosa. A personagem principal aparece de um outro lado da praça General Ozório de vestido branco, óculos escuros e toda sorridente. Da praça, fomos caminhando pela praia até chegarmos ao Forte de Copacabana, onde começamos nosso bate-papo em meio a um petisco e outro em um restaurante com uma vista para a praia.
Aparecida Petrowky, 29 anos, fisioterapeuta, atriz de teatro, cinema e televisão. Assim definimos essa jovem que encantou o Brasil na pele da personagem "Sandrinha", da novela Viver a Vida, escrita por Manoel Carlos e exibida pela Rede Globo em 2010. Sucesso que a consagrou em uma personagem marcante e que conquistou o país.
Na entrevista a seguir, a atriz conta um pouco de sua trajetória de como começou a carreira artística e de como se inspirou para escrever um livro sobre psicopatia.

Você fez um grande sucesso com a personagem “Sandrinha”, da novela Viver a Vida. Foi difícil fazer a construção dessa personagem?
Aparecida Petrowky: Tudo para mim foi um universo diferente, apesar de já ter uma bagagem de teatro, mas foi difícil no início, porque foi uma novidade, mas o maior orgulho é conseguir passar o que o autor estava escrevendo, para as pessoas que estavam assistindo.
Você sempre soube que queria ser atriz?
Aparecida Petrowky: Não! Foi muito por acaso, porque na verdade eu fui ser atriz para passar na faculdade. Eu estava fazendo faculdade de fisioterapia e tinha uma matéria que eu não conseguia apresentar seminário, falar na frente da turma. Então uma professora me levou para uma psicóloga da faculdade (pois se não conseguisse apresentar, poderia perder a bolsa de estudos que tinha) que, depois de fazer um teste vocacional, soube que meu forte era o teatro. Eu fui ser atriz para passar na faculdade, para não perder a bolsa.
Na realidade, você é formada em fisioterapia...
Aparecida Petrowky: Isso, mas depois comecei a fazer teatro, depois fiz Tablado (Companhia de Teatro do Rio de Janeiro), estudei na “Escola dos Grandes Atores”, depois fiz faculdade de artes cênicas, entre outros cursos. Assim eu virei atriz.
 Depois de Viver a Vida, como tem sido sua vida de atriz?
Aparecida Petrowky: Na televisão eu fiz algumas participações mas no teatro eu fiz “Vestido de Noivas”, de Nelson Rodrigues, “Aberrações”, “A Noviça Rebelde”, onde eu fui a protagonista.
 E no cinema?
Aparecida Petrowky: Já fiz bastante coisa no cinema. Fiz “Papai Doidão”, fiz alguns curtas e agora estou fazendo “Jogos de Mentes”, de Henrique Mastro. Fui chamada para fazer “O lado esquerdo do poeta”, de Everton Castro, onde faço o papel de "Hildinha".
Entre cinema, televisão e teatro, qual dos três você se identifica mais?
Aparecida Petrowky: Eu tenho um forte muito grande para cinema, mas por ter passado por uma experiência nova fazendo novela, eu gostei muito e vi que o resultado é imediato, então eu diria que fico com a televisão. É legal você acompanhar o termômetro do seu próprio trabalho.
Além de atriz e fisioterapeuta, você também está escrevendo agora, e sobre psicopatia?
Aparecida Petrowky: Isso, na verdade foi assim...Eu ando muito preocupada com tudo que está acontecendo em relação ao comportamento das pessoas, a violência. Muitas dessas pessoas tiveram boa educação, uma formação, então como chegaram a cometer certos crimes? Me chamou atenção essas pessoas serem de classe média, classe média alta. O que acontece com essas pessoas? O que está acontecendo com o mundo? Ai eu comecei a investigar e resolvi escrever sobre esse tema para alertar as pessoas. E conforme eu fui escrevendo, tive que estudar filosofia e o comportamento humano. Tenho algumas amigas que são psicanalistas e me deram a maior força. Fui me aprofundando nesse tema e ai eu consegui desenvolver de forma ficcional, onde os personagens da história são dois amigos que moram em Londres, na Inglaterra, nos anos de 1934 e 1935. Eu tento passar as características reais para que as pessoas possam identificar um psicopata.
Você acha que uma pessoa leiga no assunto consegue identificar um psicopata?
Aparecida Petrowky: Ainda não vi um estudo para isso, mas pelo que estou estudando, dá para identificar sim. É isso que estou querendo mostrar com o livro. Muitas pessoas não sabem , mas existem características, de repente no olhar, na maneira de como abordar uma pessoa, de como essa pessoa entra na sua vida de uma forma muito fácil, entendeu? É só você ficar com “o pé atrás”, tomar cuidado, se prevenir.
Tem previsão de lançamento?
Aparecida Petrowky: Eu não tenho pressa para finalizar. É um assunto tão profundo, tão sério. Estou escrevendo com o maior cuidado. Como eu não sou nenhuma escritora, sou realmente humilde em dizer que foi uma ideia que eu tive, é uma coisa que me inspira, quero passar para meus amigos, então tudo isso tem uma técnica. Não sei dizer se é para esse ano ou ano que vem, mas vai sair com certeza e ai convido a todos a ler o livro que vai se chamar “O Truque”.


Aparecida Petrowky durante ensaio no Forte de Copacabana 


Marcos Bulques durante entrevista com Aparecida Petrowky